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Muito recentemente, eu estive na Hortitec, um evento para agricultores que acontece anualmente em Holambra/SP, e desde então algumas palavrinhas não saem da minha cabeça: inbound marketing para o agro. Calma que eu vou te explicar o motivo daqui a pouquinho. Só quero dar um pouco de contexto antes.
Algum tempo atrás, compartilhei no blogpost sobre crescimento orgânico (se você ainda não conferiu, já deixa salvo para ler depois!) que, além de cultivar o marketing das empresas, eu também trabalho com agricultura na estufa da minha família.
Por isso, vendo tantas novidades tecnológicas em tantos estandes diferentes — eu e minha mãe, inclusive, estávamos procurando um produto chamado Siltac, que usa técnicas avançadas para controlar pragas de forma orgânica com silicone —, fiquei pensando em como certas áreas da agricultura ainda não conversam com a modernidade.
É o caso do agromarketing. Apenas 1% das empresas de agronegócio investem em marketing digital. E dentre esse 1%, a maioria são multinacionais que já dominam o mercado.
A produção avança, os sistemas evoluem, o uso de dados se torna cada vez mais comum no campo. Só que aí, na hora de se comunicar com o mercado, tem muita empresa que ainda segue no “boca a boca”, na venda presencial, na ideia de que um bom produto se vende sozinho.
Sabia que, segundo uma pesquisa da Embrapa em parceria com Sebrae e INPE, 84% dos agricultores brasileiros já usam pelo menos uma tecnologia digital no seu dia a dia? O campo se conectou, mas esqueceram de conectar a comunicação a ele.
É aí que entra o inbound marketing, uma metodologia que ajuda empresas a se posicionarem com autoridade, gerarem demanda qualificada e construírem relacionamentos sustentáveis.
Mas calma: antes de achar que isso é papo de agência querendo te empurrar uma nova tendência de marketing — que não é nada nova, aliás —, vem comigo entender o porquê dessa estratégia funcionar tão bem e como ela pode ser a virada de chave para agricultores que querem crescer de forma estruturada e relevante no setor.
O agro mudou, e a comunicação também precisa mudar
Se tem uma coisa que eu já sabia, e que a Hortitec apenas confirmou, é que o agronegócio brasileiro está anos-luz à frente em inovação técnica. Sensores de umidade, controle biológico, drones pulverizadores, automação em estufas. O futuro já chegou no campo.
Mas a comunicação?
Bom, esqueceram de abrir a porteira para ela.
Enquanto as tecnologias agrícolas evoluem, muitas marcas do setor continuam apostando em estratégias de divulgação que não acompanham o novo comportamento do produtor rural. E isso não é só um desperdício de potencial. É um risco real de perder espaço.
Hoje, o produtor está mais conectado, informado e criterioso. Ele pesquisa antes de comprar, compara soluções, assiste vídeos no YouTube, participa de grupos no WhatsApp (e, falando por experiência própria, eles conversam MUITO), acompanha especialistas no Instagram.
- Mais de 86% dos produtores usam a internet como fonte de informação;
- 75% já estão presentes em ao menos uma rede social.
- 68% deles já comercializam produtos pela internet, seja por aplicativos, plataformas ou redes sociais.
Esses números escancaram uma mudança de comportamento que não dá mais para ignorar. O produtor deixou de ser apenas receptor de informação e se tornou protagonista na jornada de compra. Ele escolhe quando, onde e com quem quer conversar.
É justamente por isso que o inbound marketing vem ganhando tanto espaço: ele entende esse novo produtor e propõe uma abordagem mais inteligente, útil e respeitosa, que informa, educa e gera valor antes de vender.
O que é, afinal, inbound marketing para o agro?
Inbound marketing para o agro pode até soar como uma daquelas expressões modernas que parecem feitas só para complicar mais a vida de quem só quer simplicidade. Mas essa estratégia é bem simples, e tem muito mais a ver com o dia a dia no campo do que parece.
Pense no processo de plantar
Antes de colher qualquer fruto, você precisa preparar o solo, semear na época certa, nutrir com frequência e acompanhar o crescimento até a hora da colheita, certo? É um trabalho contínuo, paciente e estratégico. E, acima de tudo, respeita o tempo da planta.
Com o inbound marketing acontece algo bem parecido.
Ao invés de empurrar um produto para quem ainda nem está pronto para comprar, o inbound se propõe a nutrir relações desde o primeiro contato, usando:
Conteúdo útil, confiável e bem segmentado.
Ele atrai o produtor com temas que realmente fazem sentido para sua realidade, mantém a conversa ativa ao longo do tempo e transforma o interesse em relacionamento. Esse relacionamento, então, vira venda. Porque ele consumiu tantas coisas sobre a marca que sente que pode confiar no que está investindo.
É um marketing que planta antes de colher. Exatamente como no agro.
Afinal, quem trabalha com agricultura ou pecuária sabe que confiança se constrói. E que os ciclos de decisão são longos, exigem pesquisa, comparação, avaliação técnica. Justamente por isso, o inbound funciona tão bem nesse setor:
Ele respeita o ritmo do cliente, e não o da urgência da empresa.
Comparação com o marketing tradicional: o que muda na abordagem?
Sabe quando você recebe um panfleto que nem pediu, mas pega por educação e depois joga no lixo mais próximo? Ou aquela ligação em horário de almoço oferecendo um produto que você nem sabia que existia, e que você vai só ignorar, porque, claro, como você vai confiar em algo que nem conhece? Esse é o marketing tradicional.
No agronegócio, esse tipo de abordagem costuma encontrar resistência.
O produtor rural está acostumado a tomar decisões com base em confiança, prova prática e histórico. Eu sei, por experiência própria, que nenhum agricultor compra um produto da noite para o dia.
Estamos falando de um setor em que os investimentos são altos, os riscos são reais e o impacto de uma escolha errada pode comprometer toda uma safra — ou até uma temporada inteira de produção.
O agricultor não responde bem a pressões ou discursos prontos. Quando sente que está sendo empurrado para uma compra, tende a recuar ou simplesmente ignorar.
Já o inbound faz o caminho inverso: em vez de interromper, ele atrai.
É o conteúdo que chega primeiro — um vídeo técnico, um guia sobre produtividade, um artigo explicando uma nova regulamentação — e só depois a venda se insinua, quando a relação já foi construída.
Em vez de pressionar o cliente com gatilhos de urgência, ele educa com consistência. Oferece conteúdos que explicam, descomplicam e mostram na prática como determinada solução pode ajudar. Com isso, a marca se posiciona como parceira e não apenas como vendedora.
Quando chega o momento da compra, quem nutriu com informação tende a ser lembrado como autoridade.
As 4 etapas do Inbound marketing aplicadas ao campo
A verdadeira essência do inbound marketing para o agro é criar uma jornada de confiança, e não um atalho para a venda.
Não à toa, empresas que adotam estratégias de inbound no agro têm visto crescimento consistente em tráfego, geração de leads e até fidelização.
Mas como esse processo funciona na prática? Eu vou te mostrar.
A metodologia se organiza em quatro etapas principais: atrair, converter, nutrir e encantar. E cada uma delas pode ser adaptada à realidade do produtor rural.
1. Atração: falando a língua do agricultor
A primeira etapa do inbound marketing é atrair. Mas não é qualquer tipo de atração. É trazer algo relevante para quem te encontra.
Isso significa conteúdo técnico, útil e alinhado com o que o produtor realmente quer saber. Nada de posts genéricos ou frases de efeito. O que engaja é aquilo que resolve dúvida, esclarece processo ou aponta oportunidade.
E o canal? Ele precisa estar onde o produtor já está.
Segundo pesquisas recentes:
- 96% dos produtores usam o WhatsApp para trocar informações e fazer negócios;
- 58% estão no Instagram;
- 41% ainda usam o Facebook como fonte de conteúdo.
Esse é o espaço ideal para compartilhar:
- Artigos técnicos sobre práticas agronômicas ou zootécnicas;
- Dicas práticas de cultivo ou manejo;
- Vídeos com especialistas do setor;
- Respostas claras para dúvidas comuns;
- Bastidores da empresa ou da lavoura, que humanizam e criam conexão.
O segredo aqui não é apenas gerar tráfego, mas atrair as pessoas certas com assuntos que já fazem parte da rotina delas.
Como em qualquer boa colheita, tudo começa pela semente certa no lugar certo. No inbound, essa semente é o conteúdo, e o solo fértil é o interesse do seu público.
2. Conversão: o contato a partir da curiosidade
Atrair visitantes é só o começo. Para gerar resultados, é preciso transformar esse interesse em oportunidade. E é aqui que entra a segunda etapa do inbound marketing para o agro: a conversão.
Converter não significa empurrar uma venda. Significa criar pontos de contato estratégicos, onde o produtor rural tenha uma boa razão para deixar seus dados e continuar essa conversa com você.
Como fazer isso?
Com materiais ricos, personalizados e realmente úteis, como:
- E-books sobre produtividade, sustentabilidade ou legislação agrícola;
- Planilhas de controle de safra, custos ou cronogramas de cultivo;
- Simuladores, como calculadoras de insumos ou ROI de tecnologias;
- Webinars com especialistas sobre temas do momento (clima, pragas, crédito rural).
Esses materiais funcionam como uma ponte entre o conteúdo aberto e o relacionamento mais aprofundado. Você oferece algo de valor, e, em troca, ganha permissão para continuar nutrindo aquele lead.
E os resultados aparecem.
Empresas como a Barenbrug e a Taurus conseguiram milhares de leads qualificados usando esse tipo de estratégia, usando materiais bem produzidos, com linguagem adequada ao perfil do produtor e formulários simples (ninguém quer preencher um cadastro infinito, convenhamos).
Nesse ponto da jornada, o inbound ajuda sua marca a deixar de ser “só mais um conteúdo” e começar a se tornar uma referência confiável com quem o produtor quer continuar conversando.
3. Nutrição: continuando a prosa
Agora seu comprador já te conhece, mas você ainda é um nome estranho. Ele precisa se esforçar um pouquinho para lembrar quem está falando. É nesse momento que você precisa continuar a conversa.
Essa é a fase da nutrição: quando o conteúdo certo, na hora certa, constrói confiança.
E aqui não adianta mandar qualquer coisa, para qualquer pessoa, em qualquer momento.
O produtor que cultiva soja no Mato Grosso, por exemplo, não quer receber um e-mail sobre pecuária leiteira no Sul.
Nutrir com qualidade significa segmentar com inteligência.
Entender a cultura, a região, a fase da safra, o nível de digitalização e até o tipo de dúvida que ele tem hoje.
Algumas estratégias que funcionam especialmente bem no agro:
- E-mail marketing segmentado por tipo de cultura, perfil ou localização;
- Conteúdo sazonal, alinhado ao calendário agrícola (plantio, colheita, pragas da estação);
- Automação de marketing personalizada, que envia materiais com base nas ações do lead;
- Atualizações com análises de mercado, clima e novidades técnicas, que reforçam a autoridade da marca.
Esse acompanhamento constante mostra que a marca está presente, sem ser invasiva. Que se importa com a jornada do cliente, e não só com a venda final.
4. Encantamento: novos negócios, novos caminhos
Fechou a venda? Ótimo! Estamos apenas começando. No inbound, esse é só o começo de uma nova fase da relação.
Encantar é ir além da entrega do produto ou serviço. É transformar um cliente em parceiro, um comprador em defensor da marca. E, no agro, esse pós-venda bem feito pode render muito mais do que você imagina.
Produtores satisfeitos indicam, compartilham, voltam a comprar. E mais: eles abrem espaço para novos projetos, testam soluções, viram embaixadores espontâneos.
Como fazer isso?
- Ofereça suporte técnico real, com linguagem clara e acesso facilitado.
- Crie uma linha direta para tirar dúvidas, seja por WhatsApp, vídeo ou atendimento consultivo.
- Acompanhe o uso do produto ao longo da safra, e envie conteúdos que ajudem no dia a dia.
- Implemente programas de fidelidade ou indicações, premiando a confiança com reconhecimento.
Esse tipo de cuidado é estratégia.
Num mercado onde a confiança pesa mais que qualquer anúncio, manter quem já comprou perto é tão valioso — eu diria que até mais — quanto conquistar um novo cliente.
E sabe o que é melhor? Quando a empresa encanta no pós-venda, ela fecha o ciclo do inbound com chave de ouro, e começa a preparar, desde já, a próxima colheita.
Marketing de conteúdo no agro: o que realmente funciona?
Até aqui, falamos sobre a estrutura do inbound, mas a base de tudo isso é uma só: conteúdo.
É ele que atrai, educa, nutre e fideliza. É com ele que a marca se apresenta, se posiciona e, aos poucos, constrói autoridade no setor.
Mas atenção: não é qualquer conteúdo que funciona no agro.
Esse público é direto. Gosta de objetividade, clareza e utilidade. Ele não tem tempo (nem paciência) para firula ou enrolação. Se você quer conquistar espaço na rotina do produtor, precisa falar a língua dele e entregar informação que realmente resolva os problemas do campo.
Como evitar erros comuns no inbound marketing para o agro?
Quando o assunto é marketing de conteúdo no agro, tem um ditado que cai como uma luva: “quem fala com todo mundo, não conversa com ninguém.” E, infelizmente, esse é o erro mais comum que vemos por aí.
Olha só alguns deslizes que parecem pequenos, mas podem sabotar toda a estratégia:
1. Falar difícil demais
É claro que o produtor valoriza o conteúdo técnico, aprofundado. Mas isso não significa usar jargão em excesso ou parecer um manual de 200 páginas. Você precisa traduzir o técnico para o prático, com linguagem acessível, sem perder profundidade.
2. Criar conteúdo sem estratégia
Postar por postar não adianta. É preciso ter um plano, um objetivo e uma jornada clara. Cada conteúdo precisa responder a uma dúvida real do seu público e guiar o leitor até o próximo passo.
3. Ignorar a sazonalidade
A realidade do campo é marcada por ciclos. Produzir um conteúdo sobre pragas do milho fora da época de plantio, por exemplo, é desperdício. Aposte em calendários editoriais alinhados com o calendário agrícola.
4. Esquecer que o agro é diverso
Um produtor de soja em Mato Grosso tem desafios bem diferentes de um produtor de morango do interior de Minas. Segmentar o conteúdo por perfil, região, cultura e estágio da jornada de compra é essencial.
5. Focar só em produto
O foco precisa estar na dor do produtor, na solução prática, no conhecimento aplicado. O produto é consequência, e não o protagonista. Lembre-se: aqui você quer primeiro informar, depois vender.
Evitar esses erros é o primeiro passo para transformar o conteúdo da sua marca em algo que o produtor queira, salve e recomende. E quer uma dica? Contar com uma consultoria de marketing digital pode fazer toda a diferença se você não sabe por onde começar.
Canais estratégicos para falar com o produtor rural
Se o conteúdo é o que você tem a dizer, os canais são o jeito como você chega até quem precisa ouvir.
Isso significa que não dá para sair publicando o mesmo conteúdo em todo lugar, no mesmo formato, esperando que a mágica aconteça. É preciso adaptar a mensagem à rotina de quem vive no campo, com canais que respeitam seu tempo, suas preferências e sua realidade de conectividade.
E mais: cada canal digital tem um papel diferente na jornada do cliente rural. Uns aproximam, outros ensinam, alguns despertam curiosidade e outros facilitam o contato direto.
Redes Sociais
As redes sociais deixaram de ser espaço de lazer para se tornarem ferramentas de negócio no campo. O que falta, muitas vezes, é a marca saber o que dizer e como se posicionar.
Nas redes, o que funciona não é conteúdo polido demais, com cara de anúncio. O que engaja é o útil, o próximo, o prático. Veja alguns exemplos de uso estratégico:
- WhatsApp: atendimento rápido, envio de materiais personalizados, criação de listas de transmissão segmentadas;
- Instagram: bastidores da lavoura, stories mostrando o dia a dia da equipe técnica, reels com dicas pontuais de especialistas;
- Facebook: lives, enquetes, divulgação de eventos e vídeos explicativos sobre novas tecnologias.
Mais do que vender, as redes ajudam a construir presença e relacionamento, que são a base de qualquer venda no agro.
Blog e SEO
Há quem diga que o SEO morreu, mas ele está mais vivo do que nunca, principalmente quando o assunto é construir autoridade e gerar tráfego qualificado sem depender de anúncio pago o tempo todo.
Se você não sabe o que SEO significa, eu te explico:
No agro, isso significa estar presente quando o produtor busca:
- “como aumentar a produtividade da soja”
- “controle de pragas sem agrotóxico”
- “planilha de controle de safra para imprimir”
- “melhor época para plantar milho”
Essas buscas acontecem todos os dias.
Criar um blog com conteúdo otimizado para SEO é abrir uma porteira para o seu cliente chegar até você por conta própria e com interesse genuíno. Mesmo na era das IAs, ele ainda é muito importante.
Mais do que isso: um blog bem estruturado ajuda a:
- Gerar tráfego orgânico (gratuito) de qualidade;
- Construir credibilidade técnica no setor;
- Ampliar a base de leads sem inflar o orçamento;
- Alimentar redes sociais e e-mails com conteúdos evergreen.
Quer um exemplo real? A Barenbrug, empresa de sementes forrageiras, atraiu mais de 82 mil visitantes ao site em um ano com estratégia de blog e SEO, posicionando 44 palavras-chave na primeira página do Google.
Ou seja: SEO não morreu, ele só exige consistência, planejamento e foco naquilo que o produtor realmente busca.
Automação e CRM
Se o inbound marketing fosse uma lavoura, a automação seria o sistema de irrigação, garantindo que cada planta receba a quantidade certa de água, na hora certa, sem desperdício.
O CRM seria o caderno de campo, só que turbinado. Um registro completo de cada cliente, cada conversa, cada necessidade.
A automação de marketing permite que você envie conteúdos e ações personalizadas de forma automática, com base no comportamento do lead. Isso significa que:
- Um produtor que baixou um e-book sobre pragas pode receber, dias depois, um vídeo explicando o uso correto de defensivos biológicos;
- Um cliente que já está na fase de decisão pode ser direcionado para um consultor técnico;
- Um agricultor que planta alface pode receber informações diferentes daquele que cultiva goiaba.
Já o CRM (Customer Relationship Management) ajuda a organizar tudo isso. Ele permite que sua equipe saiba:
- Qual a cultura de cada produtor;
- Em que região ele atua;
- O que ele já leu, baixou ou perguntou;
- Em que estágio da jornada de compra ele está.
Além disso, algumas ferramentas já integram WhatsApp, e-mail e formulários, facilitando o atendimento direto e tornando o funil de vendas muito mais inteligente.
E por que isso importa?
Porque no agro, a personalização é o que gera confiança. E confiança é o que gera vendas. Com automação e CRM bem configurados, você atinge onde mais precisa.
O que está impedindo o marketing para o agro de avançar?
Se tem uma coisa que não falta no agronegócio é oportunidade. O setor cresce, movimenta trilhões e já entendeu que a tecnologia veio para ficar.
Mas quando o assunto é marketing digital, especialmente inbound, ainda existem barreiras que travam o avanço, e elas nem sempre são visíveis à primeira vista.
Às vezes, o problema não está na estratégia, no canal ou no conteúdo. Está na cultura, na estrutura ou no medo de investir. E isso vale tanto para pequenos produtores quanto para grandes empresas.
Resistência à mudança é um dos maiores entraves para o agromarketing
Muitas vezes, o marketing digital no agro não avança porque ainda existe uma crença forte de que o jeito antigo funciona melhor. Se você trabalha nesse ramo, eu tenho certeza que já conheceu um agricultor cabeça dura que se recusa a modernizar suas técnicas.
Mas o cenário mudou.
Hoje, muitos produtores pesquisam antes de comprar, comparam alternativas, conferem reputação online.
Ainda assim, a resistência à mudança segue forte, especialmente entre empresas e agricultores mais tradicionais. O receio de mexer em algo que “sempre deu certo” é compreensível, mas também limitante.
Segundo estudos do setor, a faixa etária dos gestores influencia diretamente na adoção de estratégias digitais. Quanto mais jovens os tomadores de decisão, maior a abertura para testar novas abordagens.
Só que isso não significa que empresas com perfis mais conservadores estão condenadas a ficar para trás. Significa apenas que o primeiro passo precisa ser educar, e não empurrar.
- Mostrar resultado.
- Apresentar cases.
- Traduzir as possibilidades do inbound com exemplos reais.
Quando a mudança é explicada com lógica e respeita o tempo de cada negócio, ela acontece. Você só precisa ter paciência.
A baixa alfabetização digital também é, infelizmente, um problema recorrente
Em muitas regiões, especialmente no interior, ainda é comum encontrar produtores que têm pouca familiaridade com plataformas digitais, redes sociais, CRMs ou até mesmo com o uso avançado do WhatsApp. Isso acontece por falta de acesso, de apoio e, principalmente, de treinamento.
E os dados confirmam essa lacuna:
- Embora 84% dos produtores usem alguma tecnologia digital, o uso pleno ainda é limitado.
- Muitas propriedades ainda fazem gestão com papel e planilhas simples;
- Grande parte dos produtores não se sente confortável usando plataformas online sem ajuda.
Esse é um gargalo importante. Afinal, de que adianta montar uma estratégia de inbound sofisticada se o seu público não consegue navegar até a página do conteúdo?
A solução está na simplificação.
- Criar vídeos tutoriais curtos, com passo a passo básico;
- Produzir guias visuais, com linguagem clara e termos acessíveis;
- Oferecer atendimento humano, que ajude o produtor a dar os primeiros passos no digital sem se sentir perdido.
- E, claro, mais uma vez, segmentação. Você não vai usar a mesma estratégia de uma cidade grande para um local com acesso restrito a tecnologias.
Mais do que isso: é importante entender que, no agro, educar o cliente faz parte do processo de venda. É um investimento que amplia o mercado e cria novos caminhos de relacionamento.
Falta de tempo e equipe
Essa é uma dor quase universal entre empresas do agro: “Eu até entendo que o marketing é importante, mas quem vai fazer isso aqui?”
No campo, a rotina é intensa. Entre pragas, clima, logística e tomada de decisão, falta tempo até para respirar, quem dirá para planejar conteúdo, responder comentário ou alimentar um CRM. E quando a equipe é enxuta, o marketing acaba ficando no fim da fila, atrás das urgências operacionais.
Além disso, muitas empresas rurais ainda não têm uma área de marketing estruturada. Às vezes, é o próprio gestor que tenta tocar tudo sozinho, ou então delega para alguém que já cuida de várias outras frentes.
E aí estratégias que começam com empolgação morrem por falta de braço.
É por isso que o inbound marketing precisa ser pensado para funcionar com apoio externo e processos claros. Automação, calendário editorial e o suporte de uma agência de marketing especializada fazem toda a diferença nesse cenário.
Mais do que isso: a ideia não é sobrecarregar o produtor, mas tirar um peso. Quando bem estruturado, o inbound economiza tempo lá na frente, porque atrai leads mais preparados, reduz retrabalho comercial e automatiza parte da jornada.
Ou seja: dá trabalho no começo, mas vira ganho de eficiência depois.
Medo do investimento inicial
O agronegócio opera com margens apertadas, riscos climáticos constantes e altos custos fixos. Investir em algo que parece intangível, como marketing, pode gerar insegurança, principalmente quando os resultados não aparecem de forma imediata.
Mas aqui é importante separar o que é custo de algo que é investimento.
Uma pesquisa do setor mostrou que empresas que adotam estratégias eficientes de marketing conseguem aumentar as vendas em até 35%. Além disso, o inbound tende a gerar leads mais qualificados, com menor custo por aquisição e maior probabilidade de recompra.
Ou seja: pode até parecer caro no início, mas se paga com folga lá na frente — desde que feito com estratégia.
Outro ponto importante: o inbound é acumulativo.
Cada conteúdo publicado vira ativo digital da empresa. Cada lead gerado entra para a base. Cada e-mail disparado alimenta uma relação. Com o tempo, o volume de tráfego orgânico aumenta, os leads custam menos e o funil fica mais previsível.
Claro, é preciso fazer escolhas inteligentes: priorizar ações com ROI mais claro, alinhar as expectativas com o ciclo de venda do agro, e estruturar metas realistas.
Mas fugir do investimento por medo pode acabar custando vendas e espaço de mercado.
Conectividade limitada
Mesmo com toda a digitalização em curso, a internet ainda não chega com qualidade em boa parte das propriedades rurais.
De acordo com a ConectarAgro e o Ministério da Agricultura, cerca de 195 milhões de hectares no Brasil continuam offline. Isso representa 73% da área total, um dado que, por si só, já explica muita coisa:
- Sites pesados podem não carregar;
- Vídeos demoram (ou travam) para rodar;
- Formulários complexos não funcionam bem no celular;
- E-mails com muitos links ou imagens não chegam completos.
Mas isso não é motivo para abandonar o digital: é motivo para adaptar:
- Criar versões offline de conteúdos, como PDFs que podem ser baixados e lidos depois;
- Otimizar páginas para carregamento rápido em 3G;
- Priorizar formatos mais leves, como áudios, textos simples e arquivos compactos;
- Usar o WhatsApp como canal principal, já que é o mais funcional em regiões com conexão instável.
O desafio da conectividade é real, mas não intransponível. Com um pouco de planejamento, é possível fazer o inbound acontecer mesmo em áreas com sinal fraco. E o melhor: mostrando ao produtor que sua empresa entende e respeita a realidade dele.
Casos reais que mostram que o inbound marketing para o agro dá, sim, resultados
Até aqui, falamos de conceitos, estratégias e possibilidades. Mas eu sei que você quer ver isso funcionando na prática.
Empresas de diferentes segmentos do setor agropecuário já aplicaram o inbound marketing de forma estruturada e colheram resultados concretos. Algumas aumentaram o tráfego orgânico. Outras expandiram a base de leads. E teve marca que fez mais de um milhão em vendas com uma única ação digital.
John Deere
A John Deere é referência global em tecnologia agrícola, e também um bom exemplo de como o inbound marketing pode ser aplicado com inteligência no agro.
A marca entendeu que, para impulsionar a adoção de suas soluções mais avançadas (como agricultura de precisão, automação e conectividade no campo), não bastava mostrar o produto. Era preciso educar o produtor.
Com isso, eles adotaram uma estratégia de inbound baseada em:
- Conteúdos explicativos sobre novas tecnologias;
- Materiais ricos, como e-books e simuladores;
- Vídeos educativos, que mostram a aplicação prática dos equipamentos;
- E campanhas segmentadas, com base na cultura, perfil e localização dos clientes.
O objetivo não era vender imediatamente, mas ajudar o produtor a entender como a tecnologia pode melhorar sua produtividade e como usá-la na prática.
O engajamento do público cresceu 43% em 2022, e a John Deere se consolidou como uma das empresas mais confiáveis quando o assunto é inovação no campo.
IHARA
A IHARA, empresa de soluções para proteção de cultivos, mostrou que o inbound marketing no agro pode ser bem criativo.
Em parceria com a Netpoint, a marca apostou em uma estratégia ousada: realizar a primeira live commerce do setor agro no Brasil. Mas isso foi só a cereja do bolo de uma estrutura digital muito bem planejada.
A campanha envolveu:
- Criação de conteúdos técnicos e comerciais, voltados para agricultores e distribuidores;
- Segmentação de públicos com base no tipo de cultivo;
- Sequência de e-mails educativos para preparar os leads antes do evento;
- E uma live com demonstração de produtos, promoções exclusivas e interação em tempo real.
Com isso, eles conseguiram:
- Mais de 30 mil profissionais do agro impactados;
- A empresa faturou mais de R$ 1 milhão apenas durante a live;
- E houve um salto significativo na base de leads ativos, que continuaram sendo nutridos após o evento.
O case IHARA prova que informação técnica e formatos dinâmicos não são opostos, e que o agro está mais do que pronto para explorar experiências digitais.
Taurus
A Taurus, empresa canadense especializada em produtos agronômicos, é um exemplo claro de como uma virada digital bem estruturada pode transformar resultados de ponta a ponta.
Em 2016, a marca decidiu reformular completamente sua presença online. O site foi reconstruído com foco em performance e usabilidade, e uma estratégia de inbound marketing foi implantada em paralelo, com ações como:
- Criação de blog com conteúdo técnico e educativo;
- E-books e newsletters sobre nutrição vegetal, manejo e tendências do mercado;
- Publicações regulares nas redes sociais, com foco em vídeos curtos e informativos;
- E uma forte atuação em captação e qualificação de leads, integrada ao CRM da empresa.
Em apenas um ano, os resultados saltaram:
- As visitas ao site aumentaram 152%;
- A taxa de conversão de visitantes em leads melhorou 768%;
- E a Taurus consolidou sua marca como referência em soluções técnicas com foco em eficiência e sustentabilidade.
O inbound marketing para o agro pode ser exatamente a peça que faltava na sua produção
Falar de inbound marketing para o agro é falar de conexão.
Conexão com o produtor que já está na internet, mas não quer perder tempo com promessas vazias. Conexão com o técnico de campo que procura soluções aplicáveis, não só propaganda. E conexão com uma nova realidade do setor, onde confiança, informação e relacionamento valem mais do que qualquer coisa.
O inbound é uma das melhores formas de atrair, educar, conquistar e fidelizar clientes no campo, respeitando o ritmo do agro e potencializando tudo o que a sua empresa já sabe fazer bem.
E essa metodologia segue evoluindo.
Cada vez mais, vemos o inbound se misturar com:
- Inteligência artificial, que ajuda a entender o comportamento do produtor e personalizar o conteúdo com precisão;
- Marketing de influência rural, com agroinfluenciadores que transformam a recomendação técnica em confiança de verdade;
- E valores como sustentabilidade e transparência, que não são mais diferenciais, mas pré-requisitos para qualquer marca que quer se manter relevante.
O inbound pode até parecer simples no começo. Mas, assim como uma boa lavoura, ele cresce por baixo da terra antes de aparecer aos olhos. Quando floresce, os frutos vêm: mais visibilidade, mais autoridade, mais vendas e menos desperdício de tempo e orçamento.
Então, se a sua marca está sentindo que já passou da hora de mudar a forma como se comunica com o produtor, talvez o que falte seja alguém para guiar o caminho.
E para isso, pode contar com a Farmer. Somos especialistas em fazer negócios crescerem no digital. Quer estruturar uma estratégia de inbound que realmente fale com o produtor? Agende uma reunião com a gente e vamos fazer isso acontecer!