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Exemplos de gamificação para redes sociais que você nunca mais vai esquecer

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Exemplos de Gamificação
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Na primeira parte dessa nossa odisseia, nós mergulhamos nas engrenagens teóricas da gamificação. Falamos sobre o que é gamificação, exploramos o framework Octalysis, métricas de sucesso e os segredos por trás de um post verdadeiramente envolvente. Agora, é hora de partir para a aventura e entrar no modo prática com exemplos de gamificação para redes sociais que vão ficar marcados na sua memória. Ah, e se você pulou o primeiro nível, corre lá para garantir o contexto! Eu te espero.

Falar de teoria é essencial. Ela é o mapa que nos orienta. Mas a verdade é que só ela, sozinha, pode parecer um labirinto. Na hora de aplicar tudo isso no dia a dia, as dúvidas começam a surgir:

“Como essa estrutura gamificada funciona no carrossel de segunda-feira?”
“O que isso tem a ver com meus stories ou com aquela newsletter que precisa converter?”

Foi pensando exatamente nessas questões que eu imaginei essa segunda parte.

Aqui, a teoria vai dar espaço à prática. Os conceitos que a gente viu no primeiro artigo vão ganhar vida com exemplos tirados de jogos de verdade. Alguns clássicos, outros nem tanto, mas todos com algo essencial a ensinar.

E por que jogos? Porque eles são os mestres da atenção. E porque eles inspiraram toda essa estratégia. Ninguém passa 60 horas explorando um mapa aberto por acidente. Existe sempre um motivo, ou vários. Eles têm o que toda marca quer: a capacidade de fazer alguém voltar, simplesmente porque quer ver o que vem depois.

Cada jogo que você vai encontrar aqui representa um princípio central da gamificação. Em cada tópico, você vai ver:

  • O que o jogo faz de tão envolvente
  • Como esse princípio se aplica à criação de conteúdo
  • E, claro, um exemplo prático de como usar a ideia no marketing digital

Tudo isso costurado de forma leve, didática e espero que tão divertida de ler quanto foi para mim escrever.

Então, agora sim: aperte o play. A jornada começa aqui.

Atenção: este artigo pode conter spoilers do futuro da sua marca (e de alguns jogos também).

Decolando para os exemplos de gamificação

Progressão e recompensa: o engajamento que se constrói passo a passo

A sensação de avançar é uma das mais poderosas que o cérebro humano conhece. Seja nos estudos, no trabalho ou em um jogo de videogame, saber que você saiu do ponto A e está indo para o ponto B é o que mantém a motivação acesa. E é exatamente por isso que a lógica da progressão com recompensa é um dos pilares mais fortes da gamificação no marketing digital.

Esse tipo de dinâmica cria um sistema de “subir de nível” no conteúdo. A cada etapa, o público sente que aprendeu algo novo, completou uma missão, desbloqueou uma nova fase. Mesmo que a recompensa final seja simbólica, a jornada é clara. E isso já é o suficiente para querer continuar.

Tem dois jogos que sabem utilizar esse recurso como verdadeiros mestres…

Mario Bros – Avanço contínuo e micro recompensas

O clássico dos clássicos. Eu me lembro bem de ir em lojas infantis com a minha mãe quando era criança e sempre pedir para ficar um tempo jogando no console que eles tinham lá, que para falar a verdade eu nem me lembro qual era, mas o jogo era sempre Mario

Todo mundo conhece aquele som quando nosso encanador favorito bate em um bloco dourado e ganha uma moeda, mesmo quem não é muito do universo dos jogos. O jogador começa a querer bater em todos os tijolos, mesmo sabendo que muitos estarão vazios. Por quê?

Porque a chance de recompensa, ainda que pequena, gera expectativa. E a expectativa gera engajamento.

Cada fase vencida, cada moedinha, reforça a ideia de que vale a pena continuar. E não precisa ser uma recompensa gigante, às vezes é só o barulhinho da moeda que já satisfaz. O jogo foi desenhado para criar esse ciclo: estímulo, ação, feedback.

Ele nos mostra que o avanço constante, mesmo que em pequenas doses, gera engajamento de longo prazo. Um conteúdo que se divide em partes, que entrega valor de forma progressiva e ainda oferece algum tipo de “prêmio” ativa exatamente o mesmo sistema. O segredo está em criar a expectativa de que, ao seguir adiante, algo será conquistado.

Celeste – Superação emocional e recompensa por esforço

Celeste talvez não seja o título mais famoso da sua biblioteca gamer, talvez você nunca nem tenha ouvido falar dele, mas, para quem jogou, é inesquecível. Ele parece simples à primeira vista: gráficos pixelados, trilha sonora delicada, comandos básicos. Mas basta alguns minutos de gameplay para entender que o verdadeiro desafio está na jornada e na mente da protagonista.

Você controla Madeline, uma jovem que decide escalar a montanha Celeste enquanto enfrenta não só os obstáculos do terreno, mas também os fantasmas da ansiedade, do medo e da autossabotagem. Sim, é um jogo sobre pular de plataforma em plataforma. Mas também é sobre persistir, falhar, tentar de novo, e descobrir que às vezes a batalha mais difícil é com a gente mesmo.

E você vai falhar. Muito. Celeste é difícil. Não injusto, mas no estilo que exige atenção, foco e tentativa real. Mas aqui está o segredo:

O jogo recompensa esforço, não perfeição.

A cada morte (e vão ser muitas, acredite em mim), você volta para um checkpoint próximo. Respira. E tenta de novo. Até conseguir. E quando consegue… a sensação é absurdamente gratificante.

Celeste mostra que desafio com acolhimento engaja mais do que só facilidade. Quando você cria um caminho com mini etapas, feedbacks constantes e recompensa simbólica no final, o seu público se sente parte da jornada. Não importa se o prêmio é um conteúdo extra, uma menção pública ou só a satisfação de “ter completado”. O que importa é que houve superação. E quando há superação, há vínculo.

No jogo, existe:

  • Um sistema de progressão (cada fase é um novo degrau);
  • Checkpoints bem distribuídos (respiros na experiência);
  • Um desafio real (o conteúdo exige envolvimento);
  • E uma recompensa emocional (a sensação de conquista individual).

Celeste não é sobre vencer rápido. É sobre continuar mesmo quando parece difícil. E essa é exatamente a sensação que você pode provocar no seu seguidor se souber construir o conteúdo como uma jornada que respeita o ritmo, mas valoriza cada passo dado.

 

Exemplos de gamificação para redes sociais com Mario e Celeste

Como transformar conteúdo em uma jornada de evolução?

Agora, com nossos dois jogos iniciais já em mente, vamos ao primeiro dos nossos muitos exemplos de gamificação para redes sociais na prática.

Imagine uma marca de autocuidado que quer ensinar o público a criar uma rotina leve, mas consistente. Em vez de lançar um post com “5 passos para melhorar seu bem-estar”, que passaria batido por muitas pessoas, ela transforma o conteúdo em um desafio de 5 dias, cada dia com uma missão simples:

  • Dia 1: “Prepare sua bebida favorita.”
  • Dia 2: “Escreva 3 coisas que fizeram o seu dia melhor.”
  • Dia 3: “Faça algo criativo (vale desenhar, dançar, montar playlist).”
  • Dia 4: “Organize um cantinho da sua casa só seu.”
  • Dia 5: “Compartilhe um momento de paz no seu dia.”

Mas aqui vem o truque: para cada missão cumprida, o seguidor precisa postar nos stories e marcar o perfil da marca. A cada dia, quem participar recebe de volta um selo simbólico. Pode ser uma figurinha estilizada, uma arte personalizada ou até um “certificado” de missão cumprida.

No final da jornada, quem completar os cinco dias e reunir todos os selos desbloqueia um presente. Pode ser um desconto exclusivo, um e-book ou qualquer outro mimo viável para a marca.

O seguidor, que antes apenas consumia conteúdo, agora faz parte da experiência.

Simples, mas vicia: quando menos é mais

Se você é alguém que vive conectado, sabe muito bem que a internet é feita de segundos. Não dá tempo de explicar muita coisa, nem de pedir esforço demais. O mesmo vale no universo dos games. É por isso que alguns dos jogos mais icônicos do mundo não te dão tutorial, nem cenário grandioso — só uma mecânica simples, intuitiva e viciante.

Quando o cérebro entende rápido o que fazer, ele engaja mais rápido também. E quanto mais ele engaja, mais ele quer continuar.

Tetris – O prazer de organizar o caos

Eu duvido que você nunca tenha jogado Tetris em algum momento da vida. Talvez seja o exemplo mais puro de um jogo viciante por simplicidade. Você recebe bloquinhos de formatos diferentes e precisa encaixá-los antes que cheguem ao topo da tela. A coisa mais fácil do mundo. Mas tente parar depois de começar. Sabia que existem até mesmo campeonatos e rankings online desse simples joguinho? Pois é. A brincadeira fica séria.

A mágica está na repetição prazerosa. Você entende a dinâmica em segundos, mas o ritmo acelera, o desafio cresce, e o prazer de encaixar uma linha perfeita se multiplica. É só o básico muito bem feito, só que quando percebe, você está há horas tentando bater seu próprio record. 

No conteúdo gamificado, Tetris ensina que:

Simplicidade + ritmo + resposta imediata = engajamento constante.

O segredo é não pedir demais e mesmo assim oferecer uma sensação de avanço. Isso é gamificação. Porque, mesmo sem “fases”, existe desafio, ação e recompensa.

Candy Crush – Micro Conquistas com dopamina imediata

Todo mundo tem uma tia VICIADA em Candy Crush (talvez eu também seja um pouco…). Pode parecer infantil à primeira vista, mas o jogo é uma aula de como prender a atenção com uma combinação simples:

Recompensa sensorial + sensação de conquista constante.

Cada fase vencida acende uma festa de luzes, sons e elogios digitais. Você alinha três docinhos, tudo explode com brilho, aparece um “ótimo movimento!” na tela e, sem perceber, você está há 40 minutos jurando que essa é a última jogada. Eu confesso que já passei algumas tardes nesse ciclo sem fim enquanto deixava algum episódio de Masterchef rolando no fundo. 

Mas, diferente de Tetris, que é sobre lógica e ritmo crescente, Candy Crush é sobre estética e prazer visual. O jogo acerta em cheio porque oferece um show de estímulos positivos a cada movimento, mesmo que você não esteja ganhando de verdade. 

Tudo isso não só enfeita o conteúdo, mas também amplifica o engajamento emocional. Porque quanto mais prazer o usuário sente durante o consumo, mais chances ele tem de voltar.

 

Exemplos de gamificação para redes sociais com candy crush e tetris

Estímulo + escolha + recompensa visual

Tetris e Candy Crush. O que podemos pensar aqui, inspirando-se nessa dupla, para as redes sociais?

Vamos lá. Uma marca de papelaria criativa lança uma campanha chamada “Monte seu combo dos sonhos”, com um carrossel que apresenta várias combinações possíveis de produtos. O seguidor interage mentalmente com as opções, escolhe suas favoritas e recebe um estímulo visual e uma proposta clara de recompensa.

Slide 1: “Monte seu combo dos sonhos com a nossa nova coleção ✨”
Slide 2: “Escolha seu planner favorito: Floral ou Geométrico?”
Slide 3: “Agora o kit de adesivos: Minimalistas ou Fofinhos?”
Slide 4: “Bônus criativo: Caderno pautado ou pontilhado?”
Slide 5 (final): “Pronto! Agora tire print do seu combo favorito e compartilhe nos stories marcando @marca — quem participar concorre a um presente exclusivo da nova coleção!”

O último slide não é personalizado, mas simula o fim de uma experiência gamificada, com reforço visual e convite para a ação externa.

Esse tipo de interação funciona porque ativa exatamente o que Candy Crush e Tetris fazem de melhor: pequenas decisões que geram prazer instantâneo. O seguidor sente que participou de algo leve, rápido e visualmente satisfatório. E, de quebra, ainda tem a chance de ser recompensado. 

Personalização e protagonismo: o seguidor no controle

Nem toda experiência precisa ser guiada. Às vezes, você só tem que confiar no seu seguidor. Essa sensação de protagonismo é um dos gatilhos mais poderosos da gamificação. E tem dois jogos aqui que podem exemplificar perfeitamente o que eu quero dizer com isso.

The Sims – Personalização extrema e liberdade criativa

Se você cresceu nos anos 2000, assim como eu, provavelmente já perdeu horas (ou dias) criando personagens em The Sims. Era minha coisa favorita quando eu chegava da escola. Corria para o computador para continuar o legado da minha família virtual todos os dias. 

The Sims não tem objetivo final. Nem chefão. Nem cronômetro. E talvez seja exatamente por isso que tanta gente jogou por horas sem perceber o tempo passar. Você pode casar com o entregador de pizza (ou com a Dona Morte, se você for mais ousado), construir uma piscina sem escada ou decorar sua cozinha com seis lareiras (exagero ou escolha de design?). Nada ali é obrigatório, e, ainda assim, tudo convida à ação.

Quando a experiência tem a nossa cara, a gente investe mais tempo, atenção e afeto. E quando o seguidor sente que está ajudando a construir algo, ele se vê mais conectado.

Undertale – Escolhas que realmente importam

Com Undertale, um viral dos anos 2010, as coisas são um pouco diferentes. Aqui nós temos uma história pré-definida, só que tem um detalhe: tudo o que você decide tem consequência real. Matar ou poupar um inimigo? Usar uma fala gentil ou sarcástica? Isso altera o final. O jogo lembra o que você fez e responde de acordo.

Na gamificação, trazer esse tipo de peso para as decisões do público é um diferencial gigante. Pode ser um quiz que entrega dicas personalizadas com base em suas respostas. Ou até uma sequência de posts em que a escolha de um impacta os próximos, como uma história interativa em tempo real. O segredo aqui é fazer com que cada decisão tenha um efeito perceptível.

Exemplos de gamificação para redes sociais com the sims e undertale

O concurso que transforma seguidores em criadores da marca

Imagine uma loja de moda sustentável prestes a lançar uma nova linha de roupas. Em vez de simplesmente apresentar o conceito pronto, ela propõe um desafio ao público: “Qual seria o slogan perfeito para essa coleção?”.

A dinâmica vai funcionar assim: os seguidores postam seus slogans nos stories, marcam o @ e explicam em uma frase por que escolheram aquelas palavras.

A marca seleciona os três slogans mais criativos e significativos. Os escolhidos recebem prêmios, como vouchers da loja, peças exclusivas ou destaque no site, e o campeão vira o slogan oficial da campanha.

Mas não para por aí: todos os participantes recebem um mimo digital de agradecimento, como um wallpaper exclusivo com elementos visuais da coleção.

Isso tudo:

  • Transforma uma ação comum em jornada: o que seria apenas um post vira uma experiência com narrativa, decisão e recompensa.
  • Entrega protagonismo real ao público: o seguidor tem liberdade para criar, sugerir e se expressar.
  • Dá consequência às escolhas: como em Undertale, o que o público faz molda o desfecho.
  • Cria senso de coautoria: quem participa sente que deixou sua marca. E isso aprofunda o vínculo com a empresa de forma orgânica e emocional.
  • Recompensa o envolvimento: não só com prêmios tangíveis, mas com visibilidade, pertencimento e reconhecimento simbólico.

Conquista e coleção: quando o prazer está em completar

Se no bloco anterior falamos sobre dar liberdade ao seguidor, aqui o foco muda: o prazer não está em criar algo novo, mas em completar o que já foi proposto. Colecionar. Descobrir. Finalizar. 

Esse é o território das missões acumulativas, dos conteúdos que se encaixam como peças, das campanhas que não entregam tudo de uma vez, mas convidam o público a montar o quebra-cabeça. 

Pokémon – O prazer de colecionar para conquistar

Você sabe exatamente qual é o motor por trás de Pokémon: o colecionismo.

Não é só sobre batalhas, evolução ou ginásios. É sobre a Pokédex. O jogo oferece pequenos objetivos contínuos, que ativam o famoso pensamento “preciso completar isso aqui”, e nisso você fica preso por centenas de horas.

A conquista não precisa ser grandiosa: ela precisa ser constante. Cada novo monstrinho não é só um dado a mais. É um sinal de progresso. E o que faz isso ser tão viciante é a estrutura de desbloqueio gradual, onde a recompensa é emocional: a satisfação de estar mais perto de completar a coleção.

Na gamificação, esse princípio é valioso porque transforma o conteúdo em missão. O público não interage só por curiosidade. Ele quer fechar a Pokédex, mesmo que ela seja digital.

Hollow Knight – Descoberta fragmentada e sensação de domínio

Eu tenho um carinho especial por Hollow Knight, mesmo que nunca tenha conseguido finalizar o jogo (ele é muito difícil, e eu? Não tão boa jogadora assim). Hollow Knight é um mergulho escuro em direção ao desconhecido

Nesse game de exploração 2D, você começa sem mapa, sem destino claro, sem tutorial guiado. A cada sala a sensação é de desbravar algo que poucos viram antes. Tudo está escondido. E cada descoberta parece uma pequena vitória pessoal. Não é um jogo que entrega respostas: ele deixa que você as monte, pedacinho por pedacinho.

E é justamente esse o ponto: Hollow Knight recompensa o jogador que explora por vontade própria. Você aprende os padrões, conecta histórias, sente que está montando um quebra-cabeça maior. E quando a imagem toda se revela, não tem mais como largar.

No marketing digital, essa lógica é um prato cheio para estratégias de gamificação voltadas à descoberta e coleção. Pense em:

  • Conteúdos fragmentados, que se complementam aos poucos.
  • Pistas escondidas ao longo da semana.
  • Trilhas de informação que fazem mais sentido quando vistas em sequência. 

Em vez de entregar tudo de uma vez, você instiga. Quando a sua marca consegue oferecer esse tipo de experiência, o conteúdo deixa de ser só post. Vira uma conquista pessoal.

Exemplos de gamificação para redes sociais com pokemon e hollow knight

A busca incessante

Para o nosso exemplo aqui, vamos pensar numa marca de lifestyle que quer lançar uma nova linha de produtos, mas, ao invés de simplesmente anunciar, ela convida o público a participar de uma caça aos ovos digital.

A proposta é assim:

  1. Durante uma semana, pistas são espalhadas pelo feed, stories, newsletter, site.
  2. Cada pista leva a uma nova descoberta.
  3. O seguidor precisa anotar, colecionar e solucionar o puzzle.

No fim da jornada, quem conseguir reunir todos os elementos da trilha e desbloquear o código, pode apresentar o resultado em uma loja física ou enviar por um formulário especial no site para receber um brinde exclusivo da coleção nova, um cupom de desconto, ou até uma peça edição limitada.

A grande mágica está no processo. A cada dia, o seguidor se sente mais envolvido. Mais curioso. Mais parte da narrativa. Ele quer continuar, porque o ato de descobrir já é, por si só, satisfatório. E, de repente, aquele lançamento que seria só mais um entra na memória do consumidor.

Storytelling como motivador: conteúdo que emociona, prende e conecta

Alguns jogos marcam a gente não pelo gráfico, nem pelas recompensas, mas pelo que fazem a gente sentir. No marketing digital, isso também pode acontecer. Mas só quando o conteúdo vai além da fórmula e ousa contar uma história

Eu quero ainda, em algum momento, trazer um conteúdo completo sobre storytelling, porque esse é um tema que eu absolutamente amo. Mas, por enquanto, vamos falar sobre exemplos de gamificação para redes sociais com dois jogos magníficos. 

The Last of Us – Conexão emocional e narrativa imersiva

Vou precisar me segurar ao máximo aqui para não criar um texto de dez mil palavras falando só sobre The Last of Us. Para mim, é o maior exemplo de um storytelling bem construído. Esse jogo é uma verdadeira aula. E vou tentar explicar os motivos sem trazer spoilers.

Quem já jogou sabe: esse não é um jogo sobre matar zumbis. É sobre perder, tentar de novo, perder de novo. Sobre caminhar em silêncio numa estrada vazia e, de repente, se ver diante de uma escolha que não queria fazer e largar o controle em cima da mesa, mesmo sabendo que para chegar ao fim, você tem que continuar.

Isso aconteceu comigo. Em dado momento do segundo game, você precisa apertar um botão para a história continuar (falando de modo simplificado para não estragar a experiência de quem ainda não teve a chance de jogar). Esse simples ato causaria consequências drásticas na história. Minha reação? Exatamente o que contei no parágrafo anterior. Coloquei o joystick na mesa e fiquei por minutos adiando a decisão. Foi nesse nível que a história me tocou.

A narrativa do jogo não é só o pano de fundo: é o motor. Tudo gira em torno da construção dos personagens e de seus aspectos psicológicos, sobre a forma como o jogador é levado a sentir, questionar e até se recusar a seguir em frente.

The Last of Us ensina que o engajamento verdadeiro não está só na recompensa. Quando o conteúdo desperta emoção, ele vai muito além das barreiras virtuais. Aquilo te transforma de tal modo que você, enquanto pessoa, não é mais a mesma.  

Inside – Mistério e imersão visual com narrativa não verbal

Poucos jogos dizem tanto sem falar uma palavra. Inside mergulha o jogador em um mundo sombrio, silencioso e, ao mesmo tempo, impossível de ignorar. Não há tutoriais. Não há falas. Só você, o cenário e o desconforto.

O que prende em Inside é o não saber. O design visual minimalista que comunica tensão, risco, urgência, tudo sem precisar dizer nada. O jogador aprende pelas consequências e pelas sensações. E continua por necessidade de entender. É uma narrativa 100% sensorial e subjetiva, que respeita a inteligência do público e recompensa o olhar atento.

Esse tipo de construção silenciosa, quando adaptado ao marketing digital, é extremamente poderoso. Porque o conteúdo não precisa explicar tudo de forma literal. Ele pode sugerir, provocar, guiar com sutileza e ainda assim gerar conexão.

Exemplos de gamificação para redes sociais com the last of us e inside

Exemplos de gamificação para redes sociais onde a história é o que prende

Vamos pensar agora em uma marca do setor de saúde mental que quer criar um vínculo maior com sua comunidade. Em vez de seguir o caminho óbvio de posts com frases motivacionais, ela convida o público a viver uma história interativa gamificada, onde cada decisão molda o rumo da narrativa.

A experiência começa com um carrossel enigmático: poucas palavras, ilustrações sensíveis e uma pergunta no final — “Você já teve medo de seguir em frente?”. Quem responde com uma palavra específica, recebe uma mensagem no direct para cadastro e entra em uma cadência de e-mails. A cada e-mail, um pedaço da história e uma decisão, que leva para o próximo, e o próximo, até chegar ao final. 

A cada capítulo, o participante escolhe como esse personagem deve agir. As escolhas têm consequências. Umas levam a finais mais reconfortantes, outras exigem enfrentamento. É aí que entram as inspirações dos jogos:

  • The Last of Us na forma como a narrativa emociona e constrói apego;
  • Inside na estética visual e na força do não dito.

A cada etapa concluída, a marca libera um conteúdo bônus: um áudio de psicólogos comentando o tema daquele episódio. Não como palestra, mas como acolhimento. A jornada não é sobre certo ou errado: é sobre sentir.

Quem finaliza todos os episódios e participa das interações recebe um voucher com desconto em sessões de terapia online com profissionais parceiros. 

Quando a promessa é maior que o jogo: o que Cyberpunk 2077 nos ensina sobre o que NÃO fazer

Cyberpunk 2077 foi um dos lançamentos mais aguardados da última década. O trailer prometia uma cidade vibrante, personagens com rotinas próprias, decisões que mudariam radicalmente a narrativa, liberdade total de criação e uma experiência imersiva como nunca antes vista. Parece surreal, não é?

Mas aí o jogo foi lançado…

E tudo aquilo que era promessa virou bug. Literalmente. Personagens atravessavam paredes, missões travavam no meio, diálogos quebravam, e até consoles precisaram ser reiniciados. Muitas das funcionalidades anunciadas não estavam prontas, e o que deveria ser uma obra-prima virou motivo de piada.

O resultado?

  • A Sony retirou o jogo da PlayStation Store por meses (eu fui uma das pessoas que comprou e pediu reembolso).
  • A CD Projekt Red (desenvolvedora do jogo) viu suas ações despencarem. Em menos de 20 dias, houve uma queda de quase 40%.
  • A reputação da marca levou anos para se recuperar. E até hoje ainda balança.

Mas o que isso tem a ver com gamificação no marketing digital?

Prometer uma experiência e não entregar é uma das maiores falhas que uma marca pode cometer. Quando o público entra em uma proposta que parece um jogo, ele espera lógica, resposta, evolução. E se ele não encontra nada disso, o efeito não é neutro.

É negativo.

Cyberpunk 2077 foi consertado com o tempo, ganhou atualizações e até DLCs que trouxeram parte da promessa de volta. Mas o estrago inicial ficou. A mesma coisa acontece no marketing digital: nem sempre a gente tem tempo para um reboot. Quando o estrago foi feito, a reputação pode ficar manchada por um longo, longo tempo. Se um dia for recuperada.

Por isso, se você quer gamificar, seja honesto no que você promete. Seja coerente. E acima de tudo, entregue uma experiência que faça sentido do início ao fim. Da mesma forma que boas experiências marcam, experiências frustrantes também deixam cicatrizes.

Só que essa marca você definitivamente não vai querer.

O que não fazer na gamificação com cyberpunk 2077

Conclusão

Este texto poderia muito bem ser o início de uma enciclopédia inteira, com dezenas de outros princípios e jogos ilustrando estratégias como imersão sensorial, autonomia do usuário, ritmo adaptativo, interação multicanal e curiosidade progressiva. Mas esses eu deixo para depois, porque toda boa história também sabe quando terminar (ou pelo menos fazer uma pausa).

O mais importante aqui é você perceber que gamificação não é uma caixinha com fórmulas prontas. É um sistema vivo, que muda conforme o objetivo, o público, o canal. Um sistema cheio de possibilidades — quase infinitas, para ser honesta. E tudo parte de dois elementos: criatividade e estratégia. É por isso que essa abordagem me encanta tanto. Porque ela abre espaço para a experimentação. Respeita o tempo de quem consome. E funciona de verdade quando bem feita.

Se você leu a parte 1, deve lembrar que eu falei algo essencial: gamificar não exige um orçamento milionário. Por isso mesmo eu trouxe exemplos com jogos menos conhecidos, como Inside e Hollow Knight.

Hollow Knight, por exemplo, nasceu em uma game jam — aqueles eventos onde devs criam um jogo inteiro em tempo recorde. A dupla por trás da ideia, Ari Gibson e William Pellen, lançou o projeto no Kickstarter e arrecadou cerca de 57 mil dólares australianos. Parece muito? Não é. Para desenvolver um jogo completo, esse valor é irrisório. Mesmo assim, Hollow Knight se tornou um dos indies (jogos de baixo orçamento) mais respeitados da indústria.

Lançado em fevereiro de 2017, até novembro do mesmo ano, o jogo já tinha vendido mais de 500 mil unidades. Em fevereiro de 2019, o número ultrapassou 2,8 milhões de cópias. Essa estatística subiu para mais de 6 milhões em 2025 e rendeu um total estimado de 89 milhões de dólares. Tudo isso com um investimento de 57 mil dólares australianos.

Eu trouxe esses dados para te mostrar que:

  • Ideias boas ganham potência quando têm coerência;
  • Quando respeitam o usuário;
  • Quando são pensadas para engajar.

Não importa se você vai aplicar isso numa landing page, num quiz leve ou numa sequência de stories. O que importa é a experiência que você está criando e como ela faz o público querer continuar. 

Se tudo isso ainda parecer muita coisa, respira. A Farmer pode entrar exatamente nesse ponto: para ajudar você a sair do “tenho uma ideia” e chegar no “criei uma jornada”. Para aplicar gamificação com lógica, sensibilidade e aquele toque de criatividade que faz diferença.

Entre em contato conosco e vamos pensar em como tornar isso realidade para você!

Raquel Moriconi

Sou formada em Letras pela USP. Apaixonada por jogos e linguagens desde criancinha. Estudei um pouco de armênio e japonês durante a graduação e estou sempre em busca de trazer o que é diferente.

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